QUEM EMBALA A
INSTITUIÇÃO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL?
O Brasil das muitas caras assiste
passivo, aos noticiários recheados de violência de toda sorte. Há violência
para todos os desgostos e cometida em todos os lugares: na rua, em casa, na
escola, na creche, no asilo, no orfanato, no trabalho, no clube, na praça, na
praia, no campo, na cidade, no trânsito, no transporte, no hospital, enfim, não
há um lugar sequer que não esteja contaminado pela violência, Todavia, a essa
altura das barbáries cometidas às soltas a qualquer hora e em qualquer lugar,
precisamos descobrir o hospedeiro dessa crueldade que vem dizimando vidas,
oprimindo, angustiando e traumatizando outras tantas.
Etimologicamente, a palavra violência
está atrelada às circunstâncias nas quais ela ocorre e por isso mesmo,
carrega consigo inúmeros significados.
Não obstante, a violência a ser aqui questionada será aquela que, de acordo com
alguns dicionários, tem por significado a qualidade ou ação de violento.
Constrangimento físico ou moral. Que age com ímpeto, força, energia. Irascível.
Brutal. Contrário ao direito ou à justiça. É dentro deste panorama que se
insere a população mundial, mas e, sobretudo nos deteremos na escalada da
violência acometida neste país. Pois bem, a Instituição da Violência domina,
confunde e subjuga o Legislativo, o Judiciário e o Executivo e no meio dessa
engenharia toda, o povo tenta sobreviver como pode.
Uma pequena fatia do dito “poder”,
debruça-se timidamente e morosamente sobre a questão da maioridade. Quando,
porventura, decidirem se será aos quinze ou aos dezesseis anos de idade, terá
passado tanto tempo discutindo, que já terão cometido todo tipo de barbáries
aos doze, aos treze ou aos quatorzes anos de idade, como de fato já acontece. A
violência se alastra com tanta rapidez que se não houver um enfrentamento
sério, urgente e eficaz, teremos perdido para uma das principais epidemias que
acomete a humanidade.
Segundo o economista norte americano,
David Hemenway, em entrevista concedida ao jornalista brasileiro Jorge Pontual,
para o programa Milênio, da Globo News, a respeito do uso desenfreado de armas
de fogo pelos americanos, ele disse que a violência deve ser enfrentada como um
problema de saúde pública e assim como epidemias são debeladas através das
políticas de saúde pública, a violência crônica também pode ser enfrentada com
sucesso. Sobre isto, concordo plenamente com as palavras de David Hemenway,
entretanto, gostaria de fazer algumas ressalvas. Num país, onde todas as
camadas da sociedade estão de certo modo corrompidas, contaminadas e até onde
se imagina, reverenciam a Instituição da Violência, quem de fato quererá enfrentar tamanha epidemia? Dizem por
aí que não há interesse em se instruir uma sociedade, pois comandar uma turba
de ignorantes tornam as coisas mais fáceis. E quanto à violência? Qual a verdadeira intenção? Em minha opinião,
não vejo vantagem nenhuma em se comandar um país de ignorantes como da mesma
forma, não vejo nenhuma vantagem ou lógica em se perpetuar a violência em uma
sociedade. Ninguém sairia vitorioso em ambas
as situações. Na primeira situação, o governo dos ignorantes seria tanto
mais ignorante quanto seus próprios governados – um governo sem brio, sem decência,
sem princípios, e na segunda situação, o
governo seria tanto mais violento e cruel quanto seus governados, não haveria
nem saúde nem paz e poderia suceder dele mesmo ser tragado pelos seus próprios governados
– um país de tolos?
( Maria Alice Vidal )
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