terça-feira, 14 de maio de 2013

ARTIGO DE OPINIÃO:QUEM EMBALA A INSTITUIÇÃO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL?


QUEM EMBALA A INSTITUIÇÃO DA VIOLÊNCIA NO BRASIL?

        O Brasil das muitas caras assiste passivo, aos noticiários recheados de violência de toda sorte. Há violência para todos os desgostos e cometida em todos os lugares: na rua, em casa, na escola, na creche, no asilo, no orfanato, no trabalho, no clube, na praça, na praia, no campo, na cidade, no trânsito, no transporte, no hospital, enfim, não há um lugar sequer que não esteja contaminado pela violência, Todavia, a essa altura das barbáries cometidas às soltas a qualquer hora e em qualquer lugar, precisamos descobrir o hospedeiro dessa crueldade que vem dizimando vidas, oprimindo, angustiando e traumatizando outras tantas.
        Etimologicamente, a palavra violência está atrelada às circunstâncias nas quais ela ocorre e por isso mesmo, carrega   consigo inúmeros significados. Não obstante, a violência a ser aqui questionada será aquela que, de acordo com alguns dicionários, tem por significado a qualidade ou ação de violento. Constrangimento físico ou moral. Que age com ímpeto, força, energia. Irascível. Brutal. Contrário ao direito ou à justiça. É dentro deste panorama que se insere a população mundial, mas e, sobretudo nos deteremos na escalada da violência acometida neste país. Pois bem, a Instituição da Violência domina, confunde e subjuga o Legislativo, o Judiciário e o Executivo e no meio dessa engenharia toda, o povo tenta sobreviver como pode.
        Uma pequena fatia do dito “poder”, debruça-se timidamente e morosamente sobre a questão da maioridade. Quando, porventura, decidirem se será aos quinze ou aos dezesseis anos de idade, terá passado tanto tempo discutindo, que já terão cometido todo tipo de barbáries aos doze, aos treze ou aos quatorzes anos de idade, como de fato já acontece. A violência se alastra com tanta rapidez que se não houver um enfrentamento sério, urgente e eficaz, teremos perdido para uma das principais epidemias que acomete a humanidade.
        Segundo o economista norte americano, David Hemenway, em entrevista concedida ao jornalista brasileiro Jorge Pontual, para o programa Milênio, da Globo News, a respeito do uso desenfreado de armas de fogo pelos americanos, ele disse que a violência deve ser enfrentada como um problema de saúde pública e assim como epidemias são debeladas através das políticas de saúde pública, a violência crônica também pode ser enfrentada com sucesso. Sobre isto, concordo plenamente com as palavras de David Hemenway, entretanto, gostaria de fazer algumas ressalvas. Num país, onde todas as camadas da sociedade estão de certo modo corrompidas, contaminadas e até onde se imagina, reverenciam a Instituição da Violência, quem de fato  quererá enfrentar tamanha epidemia? Dizem por aí que não há interesse em se instruir uma sociedade, pois comandar uma turba de ignorantes tornam as coisas mais fáceis. E quanto à violência?  Qual a verdadeira intenção? Em minha opinião, não vejo vantagem nenhuma em se comandar um país de ignorantes como da mesma forma, não vejo nenhuma vantagem ou lógica em se perpetuar a violência em uma sociedade. Ninguém sairia vitorioso em ambas  as situações. Na primeira situação, o governo dos ignorantes seria tanto mais ignorante quanto seus próprios governados – um governo sem brio, sem decência, sem princípios,  e na segunda situação, o governo seria tanto mais violento e cruel quanto seus governados, não haveria nem saúde nem paz e poderia suceder dele mesmo ser tragado pelos seus próprios governados – um país de tolos?

  ( Maria Alice Vidal )
        

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