SENHORA (José de Alencar)
O escritor José de Alencar foi um dos
primeiros escritores românticos do Brasil. Autor de grandes obras como O
Guarani, Diva, Iracema, entre outros, marca o romantismo brasileiro com a
personagem de Aurélia Camargo, em Senhora. Esta obra retrata o amor acima das
dificuldades, pois Aurélia é uma jovem bela que luta por seus sonhos e ideal,
mesmo após ser traída.
Pobre, esta moça acaba sendo trocada
pelo homem que amava. Fernando Seixas, pela bagatela de um dote de trinta
contos de réis, desembolsados por Adelaide Amaral, filha de um empregado da
Alfândega.
Aurélia recebe uma herança e fica
extremamente rica e despreza a todos os homens que a cortejam. Agora, esta
'Senhora' traída em sua sensibilidade não o perdoa. Em resposta ao acontecido,
para vingar-se, usa seu próprio dinheiro.
Com muita astúcia, ela pede a seu tio
e tutor, Lemos, que ofereça a sua mão a Seixas, recém-chegado na corte. No
entanto, há a condição de que a identidade dela não seja revelada e que o dote
proposto seja irrecusável.
Fernando, em má situação financeira,
não recusa. Os planos de Aurélia entram em ação. Até que o grande momento
acontece. Ele é apresentado a sua futura esposa: ao (re) encontrá-la, acredita
ter unido o amor e a fortuna, já que ela é um amor antigo que foi abandonado
pelo dote de Adelaide.
Ledo engano do pobre rapaz. Na noite
de núpcias é que são revelados os verdadeiros papéis do casal, ela a mulher
traída, ele o homem vendido. É neste clima de casamento de conveniência que a
história de amor da moça rica é contada. Aurélia acaba expondo os seus sentimentos a cada linha que
compõem a obra.
Esta mulher que, inicialmente, é vista
como um ser divino acaba tornando-se um misto de anjo e demônio. Personagem de
contradições, tendo dentro de si 'a bela e a fera'. Ao maltratar o seu grande
amor é que a 'Senhora' prova a sua dignidade.
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