O
LUGAR E O TEMPO
Ao entrar na sala daquele casarão
antigo, tem-se, de início, uma desagradável sensação de abandono e de certa
tristeza.
As paredes, já quase sem cor devido à
ação do tempo, as duas janelas fechadas, com suas venezianas carcomidas,
situadas na parede oposta à porta, também velha, davam a quem lá chegava a
impressão de estar adentrando um museu abandonado. O chão já sem brilho e o
teto no qual havia um lustre luxuoso, mas empoeirado e com poucas lâmpadas em
funcionamento, configuravam a impressão inicial. Sentia-se também no ar o odor
dos tapetes embolorados.
Da porta, avistavam-se logo à frente
alguns móveis em estilo colonial, muito antigos, mas belíssimos – verdadeiras
raridades. No centro da sala, uma mesa de cor marrom sobre um tapete persa de
rara beleza. Mais perto da porta, uma poltrona revestida pôr um tecido amarelo
florido e, como os outros móveis, empoeirada. Nas paredes, quadros de paisagens
e retratos daqueles que algum dia habitaram o que deveria ter sido uma casa
esplendorosa.
Em toda a sala pairava uma atmosfera
de desolação, de decadência, de envelhecimento, que causavam em quem a
contemplava uma sensação de nostalgia.
(Autor
desconhecido)
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