segunda-feira, 10 de junho de 2013

FÁBULA:QUEM CORTOU O NÓ GÓRDIO?

 A professora Maria Alice Jiquiriçá Coelho, do Irajá, no Rio de Janeiro, me enviou uma carta contando uma pequena fábula que tomei a liberdade de modificar e publicar.


                                          QUEM CORTOU O NÓ GÓRDIO?


        Um professor de História suíço veio ao Brasil para avaliar o nível do nosso ensino. Assim que chegou, pediu par ser levado a uma das melhores escolas públicas. Entrou na sala de aula que abrigava a turma mais preparada e dirigiu-se ao melhor aluno da turma:
        _ Quem cortou o nó górdio?
        _Juro que não fui eu, moço. Nem ninguém aqui da sala. Pode ser alguém do colégio, mas colega meu não foi. Ponho a mão no fogo.
        Horrorizado, o suíço contou o ocorrido para a professora:
        _ Imagine a senhora  que eu perguntei àquele jovem quem foi que cortou o nó górdio e ele me respondeu que não foi ele. Garantiu também que não foi nenhum menino que ele conheça.
        A professora retrucou:
        _ Bom, se ele disse que não foi ele, o senhor pode acreditar. Esse rapaz, além de muito estudioso, é incapaz de uma mentira.
        Assombrado, o professor suíço entrou no escritório da diretora do colégio:
        _ Francamente, não sei o que se está passando. Perguntei ao melhor aluno da sua turma mais preparada quem tinha cortado o nó górdio; ele me assegurou que não foi ele nem nenhum dos seus amigos. Contei o episódio para a professora e ela corroborou a versão do aluno!
        A diretora, indignada com o fato, adiantou:
        _ Meu caro senhor, se a professora confirmou, é porque é verdade. Ela conhece muito bem os seus alunos e é uma pessoa da maior idoneidade. Há anos que trabalha no nosso estabelecimento. O jovem em questão tem muito caráter. Se tivesse sido o Juquinha, um ruivinho sardento, eu nem diria nada, porque ele é muito mentiroso.
        Pasmo, o professor de História suíço deixou o educandário e foi procurar o político que o havia convidado para vir ao Brasil. Depois de ouvir atentamente o relato do estrangeiro, ele explicou:
        _ Meu querido professor, o senhor não está na Suíça. Aqui, o nível de ignorância e despreparo ainda é muito grande. Nós temos de começar tudo praticamente do zero. Está vendo as dificuldades que enfrentamos? Mas não quero que o senhor volte ao seu país levando uma má impressão. Se alguém cortou mesmo esse tal de nó górdio, e não dá para consertar, diga logo de quanto foi o prejuízo que eu pago do meu próprio bolso.
  



Moral:  não tem.                                           

 JÕ Soares  

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